quarta-feira, 8 de abril de 2009

Lei antifumo em SP

Na noite de ontem, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou uma lei que proíbe o cigarro em ambientes fechados de uso coletivo, públicos ou privados. Bares, baladas, restaurantes e até espaços compartilhados de condomínios serão afetados. A lei deve ser sancionada em 15 dias, e a partir daí serão 90 dias pra entrar em vigor.
Essa lei irá limitar os fumantes paulistas a cultivar seu hábito em sua própria casa, ou em vias públicas, pelo menos até que a profecia do Vapstradamus se realize.
Sou fumante, e a lei me pegou de surpresa. O que chama atenção é a proibição das áreas de fumantes, que pareciam funcionar em bares e restaurantes. Ou seja, a lei não é para proteger os não-fumantes da fumaça indesejada, mas sim para desencorajar o hábito.
Se os cidadãos estão fumando em um local que não prejudique ninguém, além deles mesmos, acredito ser justo seu direito à liberdade para tal. Assim como acho justo qualquer ser humano ter a liberdade para tirar sua própria vida - o que não temos hoje!
Por outro lado, é fato que adolescentes e jovens começam a fumar em festas, bares e baladas. Logo, essa lei funcionando deve eliminar um dos caminhos que leva alguém a se tornar dependente do tabaco. Eu mesmo poderia ser um não-fumante, se tal lei viesse na minha adolescência, mas não tive ainda tempo de vida suficiente para confirmar que isso seria melhor pra mim (o que deve se confimar qualquer dia!).
Supondo que grande parte dos fumantes adultos se arrependa de ter se iniciado no vício, é justo legislar restringindo a liberdade das pessoas pra tentar evitar que elas caiam na mesma "armadilha"?

Pensamento da hora:
"Vaps pra deputado!"

Abs do Vaps

Enquete Encerrada (7)

Após muito brigar com o Linux, consegui uma configuração do teclado que me permite respeitar a ortografia sem testar minha paciência. A enquete terminou terminou há muito tempo, mas faz parte do procedimento padrão comentar seu resultado!

Mesmo com poucos 12 votos, o resultado foi expressivo:

Você é a favor da legalização do aborto?
1 Sim, em qualquer estágio da gestação.
9 Sim, desde que nos primeiros meses.
1 Somente por motivos como estupro ou saúde.
1 Não, nunca.

Eu votei na resposta mais votada, que levanta outra pergunta: quantos são os primeiros meses? Cabe a ciência estabelecer tal fronteira entre um bloco de células e um ser "pensante", mas creio que seriam menos de 6 meses, mas mais de 2!

Sem mais.

Pensamento da hora:
"A felicidade deve estar no meio, e não no fim."

Abs do Vaps

quarta-feira, 18 de março de 2009

Eu, o Linux e o teclado

Caros leitores,

O blog tem andado abandonado, mas tenho motivos para isso. Recentemente, formatei meu computador e instalei um Linux, por necessidade do mestrado. Devido a meu desconhecimento do sistema, o teclado continua desconfigurado, sem acentos. Estou concentrado neste post para passar sem tais caracteres especiais.

Quando os acentos voltarem, volto a escrever. Prezo pela correteza da escrita.

Pensamento da hora:
"Um pensamento sem acentos."

Abs do Vaps

sexta-feira, 6 de março de 2009

Divagações Sobre o Aborto

Essa semana, uma menina de 9 anos, estuprada pelo próprio padatros, abortou a gravidez de gêmeos que arriscava sua vida. Um representante da Igreja Católica então excomungou os envolvidos no procedimento, e o Vaticano concordou.

O aborto, no Brasil, é legal para casos de estupros ou risco de vida à mãe, ambos aplicados ao caso da menina. Para a igreja, no entanto, não há sentido em tirar uma vida para salvar outra - e nesse caso poderiam ser duas vidas para salvar uma...

A questão do aborto tem seu cerne na definição do início de uma vida, o que leva à questão ainda mais problemática da definição de vida. A igreja argumenta que a vida começa na fecundação do óvulo pelo espermatozóide, e logo condena qualquer intervenção após isso como assassinato. Outros dizem que a experiência humana é a vida psíquica, que não começaria em um novo indivíduo antes do desenvolvimento do sistema nervoso, durante a gestação. Para essas pessoas, não haveria problema ético em interromper uma gravidez antes desse desenvolvimento. Para alguns físicos, o conceito de vida está ligado a organismos que mantém ou diminuem sua entropia. Nessa visão, o espermatozóide é vivo, assim como o óvulo e o zigoto, mas esse conceito aparentemente não trata da individualidade e, logo, do começo de uma "nova" vida.

De volta a prática, filhos indesejados podem prejudicar o futuro das mães. À primeira vista, seria natural para mulher realizar um procedimento cirúrgico em seu corpo a fim de melhorar sua qualidade de vida, mas numa constituição onde é proibido até tentar se matar, não somos donos nem do próprio corpo!

Como um filho garante a continuidade da existência dos genes dois pais, estes deveriam estar interessados, mais do que tudo, na vida daquele. Deveriam pela teoria da evolução, mas somos "racionais" para descartar esse imperativo natural e pensar na própria qualidade de vida.

Enfim, o assunto tem tamanha complexidade que não tenho uma opinião formada! Espero seus comentários e coloco uma enquete medir a polêmica.

Pensamento da hora:
"E se Maria tivesse abortado?"

Abs do Vaps

segunda-feira, 2 de março de 2009

Mais um dia de trabalho!

Enfim, estou matriculado na USP, e hoje começaram as aulas da pós-graduação. Depois de mais de dois anos, estive novamente em uma sala de aula. Não por querer um diploma que me credenciasse sucesso financeiro posterior, mas sim por querer aprender de fato.

Por ser o primeiro dia, dei-me o luxo de chegar 15 minutos antes (só porque era à tarde!), a fim de me acomodar sem pressa. Assim que outros alunos foram chegando, pude perceber que eu continuava diferente. Com os termômetros da USP marcando 35 graus, e em uma sala com um ventilador apontado para a parede e outro para o professor, eu era o único que não usava calça e tênis/sapato - até a chegada do professor de bermuda e sandália! Então começa a aula, e as pessoas tomam nota sem parar, enquanto eu me preocupo em pensar no tópico apresentado.
Depois de quase duas horas de exposição sobre lógica proposicional, fui em direção ao restaurante central para experimentar o bandeijão. Pra quem conhece o "rancho" do ITA, a comida tem um padrão semelhante. A diferença é que aqui há custo de R$1,90 por refeição, compensado pela liberdade de trafegar em trajes praianos. As filas tomam tempo, mas me ocupei de resolver os deveres de casa.
Finalmente, esperei 25 minutos pelo ônibus circular da USP para voltar pra casa. Quando passou, estava lotado a ponto de ninguém se atrever a tentar entrar! Perdoável, já que é de graça. Resolvi caminhar os 15 minutos até meu doce lar. Já em casa, procurei na internet algumas coisas ainda a pedido do professor. E... pronto, encerro meu expediente acadêmico.

Ainda não sei se é exatamente isso que eu quero pra minha vida, mas tenho tempo livre suficiente para tocar guitarra, ler filosofia, escrever no blog, dormir 10 horas por dia e desperdiçar outras 6.

Pensamendo da hora:
"Parabéns ao Papai Macedinho!"

Abs do Vaps

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

ELES voltaram!

Após muito tempo afastados, ELES voltam de férias e já falam sobre isso!

Tema: férias

Épsilon Maior Que Zero - Parece justo um mês remunerado de descanso para quem trabalhou 11 meses! Se a Terra demorasse 10 meses pra dar a volta no Sol, talvez ganharíamos um mês de folga a cada 9 trabalhados... Eu passei as férias tentando estudar ciências da computação, e viajei pra Balneário Camboriú por uma semana.

Lá Diminuto com Sétima - Concordo com Épsilon em que as férias deveriam ser mais frequentes! Mas pra quem já faz o que gosta, um mês acaba sendo muito. Eu mesmo nas férias pratiquei guitarra, compus algumas coisas e arrumei uma banda nova, que depois o Vaps apresenta melhor.

Ente Metafísico - Para o trabalhador acreditar que não é um escravo, o sistema precisa ceder um fôlego de liberdade. Essa "liberdade condicional" é quando o proletário mais tem tempo para criar necessidades financeiras que só o trabalho podem suprir e, assim, ajuda a dar sentido aos outros 11 meses. Eu li "Introdução a História da Filosofia" nas férias.

Salve Amigos! - Claro que eu adoro férias! E como desempregado, vivo de férias... Como o Vaps já publicou, viajei no reveillón para o Universo Paralello. Na volta, fiquei em São Paulo aproveitando os restos de tempo e de dinheiro que os outros alteregos me deixavam para se divertir.

Pensamento da hora:
"O que seria de mim sem ELES?"

Abs do Vaps

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Novo Blog de futebol!

Publiquei apenas duas vezes sobre futebol, mas já devo parar por aqui. Não porque não queira mais escrever sobre isso, mas sim porque crio o blog Cadeira Cativa, junto com meu amigo João, somente para escrever sobre nosso esporte favorito. Hoje vocês já encontrarão lá publicações sobre a rodada da Liga dos Campeões da UEFA, que devemos acompanhar paralelamente aos principais campeonatos nacionais. Assim, o Blog do Vaps deve parar de publicar sobre futebol. Peguem sua Cadeira Cativa e sintam-se em casa!

Pensamento da hora:
"Se quem não faz, leva, o melhor ataque é a defesa!"

Abs do Vaps

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Se a internet não falhar, olê, olê, olá...

eu chego lá!

Parece que não estavam pagando as contas da pensão aqui, e fiquei os últimos dias sem conexão com o mundo - só espero não ter deixado água parada no blog em tempos de dengue.

Mas vamos ao que interessa (ou não)! É carnaval, e embora eu considere mais uma banalidade do calendário proletário, gosto da festa, e já virou tema deste post.

Um bixo outro dia se indagava sobre a aleatoriedade da data do carnaval, e respondi que a aleatoriedade estava na data da Páscoa. Tecnicamente, a Páscoa é no primeiro domingo após a primeira lua cheia depois de 21 de março (aproximadamente o equinócio de outono no hemisfério sul). Tirando 7 dias da Páscoa, chegamos ao domingo de ramos, tirando mais 40 dias de quaresma, chegamos à terça de carnaval - e tirando mais 1 dia, chegamos a hoje! Parece que até Gauss já fez uma fórmula simples para calcular a páscoa em cada ano. Para curiosos no assunto, este link é bem informativo.

A Páscoa teve origem na tradição judaica, mas o cristianismo tomou a festa para relembrar uma ressurreição. Como a quaresma é (ou era pra ser) tempo de penitência, onde se sacrificava o paladar privando-o do sabor da carne vermelha, logo antes vinha a festa da carne para todos se esbaldarem. Mas a carne, que era de comer, ganhou outro significado, e o carnaval virou putaria - no bom sentido, é claro!

Quando eu ainda regia meu trabalho pelo calendário gregoriano, ficava feliz por ter um longo feriado e sempre aproveitava para viajar. Agora, o feriado me faz mais diferença pelos amigos que tem nesta folga oportunidade de se divertir. Mas não é só um fim de semana estendido, é carnaval! Além de o samba ser o ritmo predonimante, o comportamento das pessoas é o maior diferencial dessa festa. Grande parte dos foliões se reserva o direito de extrapolar sua moral, tomando decisões, ligadas a sua carne, que normalmente não tomariam em um feriado qualquer. Na reflexão sobre seu "certo" e "errado", os festeiros inserem um argumento extraordinário: "hoje é carnaval...". As extravagâncias mais comuns são relacionadas ao sexo e à bebida (ou outros entorpentes), que dificilmente podem trazer malefícios para vida de outrém. O folião sabe que diminui a sua expectativa de vida a cada gole a mais, e alguns acreditam que a luxúria aumenta sua chance de ir pro inferno, mas é carnaval! As pessoas ficam alegres só por ser carnaval, e isso é contagiante.

Gosto do carnaval por tudo isso: gente sem ter que trabalhar, querendo se divertir sem prejudicar outrém e fazendo coisas que gostarão de lembrar, mas fingirão que esqueceram.

Pensamento da hora:
"Usem camisinha!"

Abs do Vaps

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Enquete Encerrada (6)

Considerando votos válidos, pela primeira vez uma enquete termina empatada:

Você acha que P=NP?
2 Sim
2 Não
7 Não sabem ou não quiseram opinar

Claro que a maioria dos leitores não é familiarizada com lógica ou ciências da computação, e, mesmo para os familiarizados, não é um palpite fácil de se justificar. Eu votei em "Não" por acreditar que se "P=NP", já teriam encontrado um algoritmo polinomial para algum problema NP completo. Isso só se explica pelo meu otimismo quanto à capacidade racional do ser humano.

Para concluir, uma citação que ilustra a hipótese "P=NP" de maneira exagerada, mas acessível:

"If P=NP, then the world would be a profoundly different place than we usually assume it to be. There would be no special value in “creative leaps,” no fundamental gap between solving a problem and recognizing the solution once it’s found. Everyone who could appreciate a symphony would be Mozart; everyone who could follow a step-by-step argument would be Gauss..."
-Scott Aaronson, MIT

Pensamento da hora:
"Não sou um Mozart, mas poderia ser um Gauss."

Abs do Vaps

domingo, 15 de fevereiro de 2009

São Paulo 1x1 Corinthians

Pra quem não viu o jogo, garanto que não perdeu nada. A polêmica dos ingressos colocou o clássico na mídia a semana toda, preparando um clima de guerra para o Morumbi nesta oitava rodada do campeonato paulista.
O São Paulo, com um time misto (e quase sem queijo!), entrou melhor em campo, o que não quer dizer muita coisa. Os dois times se revezavam em passes errados, vergonhas técnicas e faltas frequentes, não inibidas pelo árbritro José Henrique de Carvalho. Aos 38 min, Túlio tenta cavar um pênalti na área são paulina, escuta de André Dias e lhe dá um golpe na barriga que não derrubaria o seu madruga! Mas o experiente zagueiro rolou no chão e arrancou a expulsão do volante do timão. Fora isso, só uma bola aérea disperdiçada por André Lima trouxe emoção no primeiro tempo.
Pro segundo tempo, Mano Menezes voltou com Souza no lugar de Morais, porque o corinthians não tinha referência nenhuma no ataque. Com um jogador a mais, o são paulo sobrou na posse de bola e reforçou o ataque com os titulares Borges e Hernanes. O árbitro expulsou Wagner Diniz, para devolver o equilíbrio numérico ao clássico. O jogo continuava feio ao 30 min, até que Dagoberto, após errar passe e sobrar com a posse da bola, fez boa jogada com Hernanes, invadiu a área e cruzou para Borges fuzilar na frente do gol. Gol quase merecido pela predominância tricolor em campo. Boquita, que entrara no lugar do apagado Douglas, acertou um passe entre as pernas do marcador e colocou André Santos na cara de Bosco. E ele até finalizou com categoria, após mais uma atuação pífia, para garantir o empate aos 36 min. Não muito depois, o próprio André Santos saiu expulso por segundo amarelo, após entrada com força excessiva. Dez contra nove em campo, o timão segurou até o apito final, para se manter na segunda colocação com 18 pontos, 3 a menos que o rival Palmeiras (que ainda tem um jogo a menos). O São Paulo continua em terceiro, agora com 17 pontos.
Os dois times saíram satisfeitos com o empate: o são paulo por pontuar num clássico com time misto, e o corinthians por arrancar o empate mesmo com um jogador a menos boa parte do jogo. Coitado do torcedor que pagou caro pra ver pouco futebol.

Os volantes corinthianos não se entenderam com 3 zagueiros atrás, e Morais e Douglas nada acrescentaram ao ataque. Ronaldo ainda é a esperança de gols, mas desse jeito a bola dificilmente chegará até ele. Boquita, com 18 anos, e menos de um mês como profissional, já é a esperança que Lulinha e Dentinho foram no passado - só esperamos que ele tenha o destino do segundo.

Pensamento da hora:
"Sorte que era o São Paulo o adversário!"

Abs do Vaps

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Só pra dar risada

As pessoas normalmente tem o objetivo comum de ser feliz. Algumas invetam outras metas intermediárias, como ter poder, status, dinheiro, ou poder ajudar o mundo; mas, na maioria absoluta, primeiramente buscam a própria satisfação.
Definido um objetivo intermediário para a felicidade, qualquer sacrifício em direção a ele é rapidamente compensado pela sensação de estar na direção certa. Mas podemos atingir instantes de felicidade sem precisar dos meios a longo prazo que criamos. Podemos ler uma piada em vez de estudar, ou sair com a namorada em vez de trabalhar até mais tarde. Acreditamos que esses "desvios" podem nos deixar mais distantes do nosso objetivo, o que pode ser verdade, mas nunca teremos a certeza do benefício ou malefício trazido pela troca de "felicidade" futura por "alegria" presente .
Se o objetivo for ser feliz, contando todo o tempo de vida restante, penso que qualquer riso agora está colaborando, embora também não conheça modo sustentável de se divertir o tempo todo! Então aproveitemos pelo menos o fim de semana e separemos sábado e domingo só pra dar risada.

Pensamento da hora:
"Bom fim de semana!"

Abs do Vaps

Vapstradamus (4)

A pedidos do dono do blog, vou prever uma experiência para a verificação da existência de deus.

Primeiramente, defino deus como um ente metafísico atemporal, infinito, onisciente e onipotente.
Filósofos há tempos argumentaram que onipotência e onisciência seria uma contradição, resumidamente: se deus já soubesse do futuro, não poderia mudá-lo. Mas deixemos isso de lado e tentemos testar estas duas hipóteses, já que finitude e temporalidade são questões teóricas, não possíveis de serem testadas em um universo finito e temporal.

Numa era tão distante quanto se queira, num ano que não será mais medido como "depois de cristo", a tecnologia dominada pelos seres inteligentes (o homem em sociedade com os seres extra-terrenos) possibilitará a medição de todo estado do universo, para um instante de tempo. A física terá estagnado na descoberta da teoria de tudo, onde todo o universo seguiria algumas simples regras, de fácil computabilidade (P já será igual a NP!).

Então, uma máquina de turing T poderia prever o estado futuro do universo, para então comparar com o que acontecerá. Então outra máquina de turing T' poderia ser considerada um ente metafísico onisciente, se além de calcular apenas um estado futuro, calculasse todo passado e futuro a partir de um estado medido completamente e a simples aplicação das leis da teoria de tudo. Se a partir deste momento percebermos medições não condizentes com a teoria de tudo (usando a máquina T), e verificarmos que esta teoria a tantos milhênios comprovada não funciona mais, podemos levantar a hipótese da onipotência da máquina de turing T'. Isso se o super-computador que implantaria a máquina T' continuasse acertando tudo com exatidão, na comparação de sua previsão com a medição.

Claro que ainda não verificamos a existência de deus, mas temos um experimento que pode resultar em um ser onisciente e hipoteticamente onipotente, o que já é meio caminho andado. Assim como no acelerador de partículas, estamos procurando observar algo; mas se não observarmos, não fica comprovada a sua não existência. Então restam duas alternativas: Ou tentamos continuamente, até conseguir observar o que procuramos para responder nossas perguntas, ou procuramos respostas melhores do que deus!

Pensamento da hora:
"Pensamento censurado pelo ente onipotente!"

Abs do Vaps

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Deus e o Bóson de Higgs

O Bóson de Higgs, segundo a wikipedia, "é uma partícula elementar escalar maciça hipotética predita para validar o modelo padrão atual de partícula". Em palavras mais acessíveis, os físicos usam hoje um modelo padrão para explicar o nosso mundo, que prevê a existência dessa partícula - mas ela nunca foi observada em laboratório.
E o que deus tem a ver com isso? Tudo a ver, pois o Bóson de Higgs também é chamado de partícula de deus. Ele leva esse apelido basicamente por um simples motivo: a comprovação de sua existência, validaria o modelo padrão, que traz grande explicação sobre como matéria e energia funcionam no nosso universo. Claro que não traria todas as repostas, como deus faria, mas seria um grande avanço científico.
A grande diferença entre a existência dessa partícula e a existência de deus, é que a primeira certamente é uma hipótese científica. Dawkins acredita que a existência de deus também o seja, mas discordo. Assim como deus, esse bóson foi "inventado" pelos homens para dar uma explicação ao mundo que experimentamos. Assim como essa partícula, deus é a resposta virtual a perguntas ainda não respondidas! O cerne da distinção está na possibilidade de verificação, através de um experimento, que a hipótese científica permite. Com o total funcionamento do LHC, o grande acelerador de partículas recém inaugurado, a comunidade científica do mundo aguarda ansiosa pela observação do Bóson de Higgs. E os físicos realmente apostam suas fichas nele!
Não consigo conceber um experimento que verificasse a existência de deus (coisa pro Vapstradamus!), mas, se verificada, explicaria muito mais do que uma partícula.
Por alguma coincidência "estranha", entre as pessoas que apostam alto no Bóson de Higgs, não há muitos apostadores em deus. Talvez devido a sua não possibilidade de verificação, a existência de deus seja mais uma muleta do que uma teoria científica, mas graças a "deus", temos grandes homens, sobre ombros de gigantes, buscando a verdade palpável.

Pensamento da hora:
"Se o Bóson de Higgs não existisse, seria preciso inventá-lo."

Abs do Vaps

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Enquete NERD

Voltando com as enquetes, aproveito a minha empolgação acadêmica para publicar uma científica. Em ciências da computação, há um grande problema ainda não solucionado, envolvendo a relação entre as classes P e NP, se seriam iguais ou não. A wikipedia dá uma visão geral do problema para os mais curiosos. Fato é que, devido às implicações da resolução do problema e à dificuldade envolvida, a questão é um dos problemas do milhão do Clay Mathematics Institute.

Infelizmente, a enquete pode não nunca ter uma resposta correta conhecida, mas isso realmente não tem importância.

Pensamento da hora:
"A metáfora está para a regra de três, assim como a linguística está para a matemática"

Abs do Vaps

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Diálogo Feminista

-Que são aqueles pés balançando na janela do quadragésimo andar?
-Parece alguém ameaçando se matar!
-Coitada. Será que não tem nenhuma policial na rua pra ver isso?
-Mas ela não tem direito nem de se matar?
-Isso a juíza vai decidir depois que a prenderem.
-Acho que ela precisa é de uma psiquiatra! Acha que a mulher evoluiu da pomba, e não da macaca.
-Vou nessa. Se cair, que ela encontre alguma motorista pra levá-la à médica.
-Ou que Deusa a tenha...

Pensamento da hora:
"Que as mulheres façam top less, pelos direitos iguais!"

Abs do Vaps

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Corinthians 3x2 Paulista

Aumentando a aleatoriedade dos assuntos aqui tratados, começo a escrever sobre futebol, analisando as partidas que vejo - normalmente do Corinthians.

Pela quinta rodada do campeonato paulista de futebol, o timão vice-líder foi a Jundiaí, enfrentar o Paulista que tinha 50% de aproveitamento.
O alvi-negro começou com tudo! Antes dos 5 min Lulinha já carimbara a trave e Elias se aproveitou da desatenção da zaga para abrir o marcador na saída do goleiro. Parecia que viraria goleada fácil, até que a dupla de bons zagueiros corinthianos mostrou desentrosamento. O Paulista começou a finalizar mais, com seus atacantes vindo buscar jogo fora da área. Aos 30 min já havia virado o jogo, gols de Felipe Azevedo e Zé Carlos. No primeiro a zaga bateu cabeça, e a bola sobrou na cara do gol. Já no segundo, deram total liberdade para o chute de fora da área ser aceito pelo escorregão do goleiro Felipe.

Mano Menezes irritado já xingava o fraco árbitro, mas via que seu time jogava mal e mudou no intervalo: colocou o meia Boquita, recém subido dos juniores, no lugar de Fabinho. Assim, o regular Elias voltou a jogar mais recuado, para o novato encostar no ataque.

Começou o segundo tempo sem o Corinthians criar grandes chances, além de uma bola na trave de Boquita. Souza deu motivos para a Fiel mandá-lo tomar naquele lugar, como fez no jogo passado, e Alessandro e Lulinha, isolados na direita, mal conseguiam ganhar um escanteio. André Santos, de quem se espera qualidade técnica, nem de bola parada acertou um cruzamento. O timão se expunha na defesa em troca de quase nada. Então Souza, fez sua participação mais importante na temporada até aqui ao arrumar um pênalti (porque no jogo passado ele fez um gol de pênalti quando o placar já estava definido), e Chicão empatou. Logo em seguida, uma falta também duvidosa sobre Otacílio Neto na estrada da área provocou a expulsão de um zagueiro do Paulista. Chicão cobrou no canto do goleiro mal colocado pra revirar o jogo, e confirmar seu status de artilheiro corinthiano da temporada. Com um jogador a mais, foi só esperar o apito final para assumir a liderança isolada, embora o Palmeiras tenha um jogo a menos. Embora o Godoy culpe o juiz pelo placar, os defensores do mata-mata já argumentam que futebol é pra ser divertido, e não justo!

O Corinthians ainda aguarda seu provável ataque titular - Morais, Douglas, Dentinho e Dentuço (Ronaldo) - que deve fazer o torcedor esquecer Souza, Lulinha e Otacílio Neto! A zaga estava confiável, até as lambanças de hoje, mas acredito ter sido um ponto fora da curva. Ainda aguardamos o primeiro grande desafio, marcado para o dia 15/2, contra o São Paulo no Morumbi.

Pensamento da hora:
"Ei, Souza, vai tomar no - !"

Abs do vaps

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Exercício de Autômato

Conforme o prometido, inicio a sessão NERD, onde vou compartilhar com os leitores parte do dia-a-dia de um estudante de ciência de computação. Claro que pouca gente vai entender, mas este ainda é um blog sobre assuntos aleatórios; e, para os mais curiosos, basta procurar os conceitos não entendidos no pai dos burros.

Transcrevo um exercício que acredito ter resolvido, mas não tenho certeza, sobre autômatos finitos determinísticos (DFA):

Suponha que p e q são estados distinguíveis de um dado DFA A com n estados. Como função de n, qual é o menor limite superior para o tamanho que a menor string que distingue p de q pode ter?

Se p é um estado final de A e q não é, então a string ε de tamanho 0 distingue ambos.
Se q é um estado final de A e p não é, então a string ε de tamanho 0 distingue ambos.
Restam os casos onde p e q são ambos estados finais ou não finais. Sem perda de generalidade, suponho que p e q não sejam estados finais.
Chamemos de w a menor string que distingue p de q. Provarei que o tamanho de w é menor ou igual a (n-1)(n-2)/2, ou:
|w|<=(n-1)(n-2)/2
Seja k o número de estados não-finais de A, 1 < k < n, pois deve haver pelo menos 1 estado final para que p e q possam ser distiguíveis, e já consideramos p e q como não-finais.
Sem perda de generalidade, suponho que w leva p a um estado final, e leva q a um estado não-final, o que distingue ambos.
Seja P={P0,P1...Pj} a sequência dos estados que formam o caminho que leva p a tal estado final, recebendo w. P0=p e Pj é um estado final, sendo j=w e P tem j+1 elementos, ou |P| =j+1
Analogamente, definimos Q={Q0,Q1...Qj}, com Q0=q, e Qj é um estado não final.
Seja PQ a sequência dos pares {Px,Qx}, para todo 0<=x<=j.
PQ={{P0,Q0},{P1,Q1}...{Pj,Qj}}, |PQ|=j+1
Seja G={G1,G2...Gk} o conjunto de estados não finais de A, com k elementos.
Seja F={F1, F2...F(n-k)} o conjunto de estados finais de A, com n-k elementos.
Seja G' o conjunto de pares de estados não finais, ou o conjunto de todos os subconjuntos de G que tenham exatamente 2 elementos. Sabemos que G' contém exatamente k(k-1)/2 elementos se k>=2, que é a combinação de k elementos, tomados 2 a 2; ou |G'|=0, se k<2.
Analogamente, definimos F' como o conjunto dos pares de estados finais, tendo (n-k)(n-k-1)/2 elementos se n-k>=2; ou |F'|=0 elementos ,se n-k<2
Sabemos que todos os pares {Px,Qx}, para todo x < j, pertencem a exatamente um dos conjuntos F' ou G'. Caso contrário, se houvesse um y < j para qual o par {Py,Qy} não pertencesse nem a F' nem a G', ou seja, só um dos estados Py e Qy é final, encontraríamos um caminho possível P'={P0,P1...Py}, correspondente a uma string z (substring de w) que distinguisse os estados p e q, e teríamos
z=y < j=w, e w não seria a menor string a distuinguir p e q.
Provaremos por aburdo que a sequência PQ não tem pares repetidos:
Supomos que há dois pares, tais que {Px,Qx}={Py,Qy}, com x < y. Logo, há um loop em w que pode ser retirado do caminho e há um caminho possível P'={P0,P1...Px,P(y+1)....Pj}, correspondente a uma string z, que leva p a Pj e q a Qj, tal que |z|=|w|-(y-x) < |w|, e w não seria a menor string a distinguir p e q.
Assim, podemos chamar PQ de um conjunto sem elementos repetidos. Subtraímos o conjunto formado pelo par {{Pj,Qj}} do conjunto PQ, para formarmos o conjunto PQ', com j elementos.
Como cada elemento de PQ' pertence só a um dos conjuntos F' e G', formamos uma partição de PQ', formada pelos conjuntos PQF e PQG onde PQF é a intersecção de PQ' e F'. Analogamente, PQG é a intersecção de PQ' e G'.
O número de elementos de PQ' é a soma do número de elementos dos suconjuntos que o particionam, ou:
|PQ'|=|PQF|+|PQG|
Propriedade da intersecção:
|PQF|<=|F'|
|PQG|<=|G'|
Logo, |PQ'|<=|F'|+|G'|=
(k)(k-1)/2+(n-k)(n-k-1)/2, se 1 < k < n-1
ou (n-1)(n-2)/2, se k=n-1
Sabemos, pela combinatória, que |F'|+|G'| é máximo quando k=n-1.
Finalmente, temos:
|PQ'|= j = w <=(n-1)(n-2)/2 c.q.d.

De fato, pra mim não está provado que este é o menor limite superior, mas deixo isso pra depois.

Críticas são bem-vindas!

Pensamento da hora:
"Cansei, mas foi melhor que ver o BBB!"

Abs do Vaps

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Habemus Internet!

Depois de quase 2 anos completos em São Paulo, roubando internet dos vizinhos, finalmente tenho um ponto de acesso confiável - ou tão confiável quanto o Net Virtua!
Hoje comecei minha mudança para uma "casa de estudantes" próxima à USP e, para não depender dos fótons voadores, já passei 30 metros de cabo pela casa pra não ter desculpas para não postar (saudades da dupla negação!).
Como ainda estou de mudança, embora já instalado, as atualizações aqui devem levar uma semana ainda para atingir a frequência dos tempos dourados do blog. Em breve inaugurarei uma nova sessão NERD (com caps lock), compartilhando parte dos meus estudos para o mestrado em ciências da computação.

Por agora é só, amiguinhos!

Pensamento da hora:
"Toda longa caminhada começa com o primeiro pensamento."

Abs do Vaps

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Open Bar

Estou em Balneário Camboriú, e o título do post dá nome a um bar com internet grátis. Como estou sozinho aqui no bar, e a banda começa só começa à 1 da manhã, nada mais justo que fazer propaganda do lugar.
O Open Bar fica na Avenida Atlântica, altura 1800, no segundo andar. Apesar do nome, a bebida não é liberada, mas coisas grátis não faltam. Além de internet, o bar oferece jogos de mesa (até xadrez!), telefones nas mesas para comunicação interna, pizza na faixa para grupo de 8 amigos, e fatias esporádicas com fritas no balcão.
O lugar abre as 23 horas e funciona mais como uma balada. Bandas tocam rock todo dia, com covers dos grandes clássicos. Há um espaço para dançar em frente ao palco para depois da décima cerveja. Televisores exibem clipes clássicos que acompanham o som antes do show. O ar codicionado é providencial, dado o baixo pé direito, e as cadeiras são confortáveis. Das janelas se vê a praia, e a decoração não peca por exagero.
As pessoas estão mais para o estilo alternativo, com idade variada e média em 25. Mulheres bonitas servem com educação chopp gelado, mas não sei se estão na pista pra negócio. Nesse instante toca Beatles, e me vejo com copo vazio.

Até Breve!

Pensamento da hora:
"Mais um chopp, por favor."

Abs do Vaps

domingo, 25 de janeiro de 2009

SPFW

Sim, eu fui ao São Paulo Fashion Week. Não vem ao caso explicar as circunstâncias que me fizeram parar lá na última sexta-feira (e a censura do blog não me permitiria), mas confesso que até quinta nem sabia que o evento estava acontecendo.
Quem me conhece pessoalmente sabe como sou desligado da moda, e talvez da estética como um todo. Vivo de chinelos de tamanhos diferentes, calção de jogar bola, calças furadas e camisetas de churrasco do tempo da faculdade - e de repente estava imerso em um culto à arte de se vestir. Não é necessário dizer que eu me sentia um peixe fora do sistema solar, ao transitar mulambo entre pessoas vestidas com roupas que eu só via na TV.
Passeando pelo local, pude conhecer um pouco do trabalho dos empregados da moda. Vi a correria das modelos sendo maquiadas e vestidas sem pudor (que fumavam um cigarro a cada intervalo), o perfeccionismo do produtor ao ensaiar o desfile, o exagero de elogios em qualquer conversa entre pessoas do ramo e a beleza indescritível das mulheres que servem de manequins nas passarelas. Não preciso dizer que me apaixonei platonicamente umas 53 vezes (uma das vezes por Fernanda Lima)!
Acompanhei o processo de algumas horas para fazer acontecer 7 minutos de desfile, que presenciei da segunda fileira. Após o desfile, ainda voltei aos bastidores e parabenizei as estilistas, conforme a etiqueta do segmento. Saindo do camarim, dei de frente com um exército de jornalistas, câmeras e fotógrafos aglomerados na porta, que provavelmente se decepcionaram quando eu apareci - já que esperavam por alguma modelo famosa.
Não tenho capacidade técnica para avaliar o desfile, mas posso dizer que estou bem de bermuda e chinelo sem marcas. Estar rodeado de pessoas arrumadas não me fez refletir sobre o meu modo de vestir; ao contrário, vi realmente que a moda é algo a que não dou muito valor. Saí do lugar com a sensação de que fora uma experiência única na minha vida, até porque não penso em voltar, e que valeu pelos brindes que recebi (2 pares de havaianas) e pela concentração de beleza feminina por metro quadrado.

Pensamento da hora:
"Não preciso de espelhos."

Abs do Vaps

domingo, 18 de janeiro de 2009

Bem amigos do Blog do Vaps

Falamos ao vivo da rua Augusta!

Você que está navegando na internet, procurando alguma coisa pra passar o tempo, encontrou. Mas nada mais do que isso: passar o tempo!
Se o meu agora não for o mesmo que o seu agora, você verá então uma reprise do que escrevi no meu agora. Quero aproveitar a oportunidade na mídia para pedir desculpas aos leitores pelo pequeno número de publicações.

Em meio à trasmissão, uma luz na Tv aberta:
"Não vou ficar explicando gosto... gosto tem que sentir, não dá pra explicar."

Os enólogos devem discordar, quando decompõem o gosto do vinho em aromas de baunilha, frutas vermelhas e coca-cola!

Voltando ao assunto, embora esteja em São Paulo, resolvi esticar minhas férias até o carnaval, mas sempre haverá publicações. E se alguém tiver um quarto barato pra alugar, me avisa!

Pensamento da hora:
"Blog do Vaps, a gente se vê por aí."

Abs do Vaps

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Morte e Lamentação

Outro dia estava gastando meu tempo na TV aberta, quando um desses noticiários sensacionalistas de fim de tarde reportava o assassinato de uma jovem por seu ex-namorado. Até aí, tudo "normal", já que este tipo de crime passa toda semana na televisão, mas fiquei incomodado quando começaram a lamentar a morte da moça. A equipe de reportagem foi ouvir a família, os amigos e os colegas de trabalho. E o discurso deles foi mais ou mesmos assim:

É uma pena... ela era alegre e bonita, gostava dos animais e ia fazer teste pra gerência, trabalhando com muito afinco.

Então pensei: se eu morresse, o que diriam?

Não é uma pena... ele era feio, não se importava muito com a natureza, estava sem trabalhar e gostava disso.

Supondo que alegre e bonita sejam elogios, trabalhodora também seria. Ou seja, ela era uma boa pessoa, por isso é uma pena que tenha morrido. Infelizmente, a lamentação da morte hoje é vinculada ao prejuízo econômico do acontecido. Argumento isso com a citação de sua possível promoção a gerência. A tragédia do assassinato é proporcional ao lucro cessante do morto!
O fato de mencionarem que a menina gostava de animais, ao lado de ser bonita, alegre e trabalhadora, mostra que essa também é hoje uma qualidade do cidadão politicamente correto. Ou é a opinião que a mídia quer mostrar.

É normal lamentarmos mais a morte de uma pessoa boa, mas hoje isso é ser útil economicamente - o que me incomoda.

Pensamento da hora:
"Morre mendigo em São Paulo e é enterrado como indigente."

Abs do Vaps

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Universo Paralello 2009

Este é o nome do festival no qual passei a virada do ano. Primeiramente, o nome faz jus ao evento. A música predominante é eletrônica, o que não me agrada muito, mas o conjunto da obra valeu a viagem a Pratigi na Bahia.

A nona edição do festival, que durou 7 dias, reuniu 9 mil pessoas em uma praia deserta (deserta o resto do ano!), grande parte acampada dentro do evento. A predominância da música eletrônica se dividia em 3 pistas, quase que 24 horas por dia! Um chill out para sentar ou dormir às vezes conseguia fugir do eletrônico e trazer bandas ao vivo. Uma pista de rock (pesado) também abriu discreta durante 2 dias.

Barracas de comida e lojas diversas formavam um grande corredor entre as pistas. Até temakis eram servidos entre a variedade de cozinhas, tudo a preços de shopping center, seja isso justo ou não. Entre as lojas diversas, muita roupa e acessórios. Chamava a atenção uma barraca de garotas suecas, Fuck for Forest, que viajam o mundo tirando fotos eróticas (eufemismo!) para vender na internet e aplicar o dinheiro em projetos ambientais. Parece que um show explícito das meninas chegou a acontecer num palco, mas eu não estava lá para ver. Outra barraca vendia plantas sagradas, inclusive mudas para plantio. Conheci também o pessoal do Coletivo Balance, grupo de voluntários que divulga informações sobre drogas em festas, visando a redução de danos no uso. O mesmo pessoal mantinha uma tenda com 2 pessoas, 24 horas por dia, para cuidar de pacientes com bad trip.

Muita coisa, além da música, aconteceu. Então vou me deter ao que pude ver e/ou participar.

Como eu não sou muito fã de música eletrônica, passava parte do dia procurando outras coisas para se fazer. A praia, por si só, é agradável em sua simplicidade. Coqueiros emolduravam os quilômetros de faixa de areia, nem larga, nem estreita. O mar era morno, com uma temperatura agradável já às 7 da manhã, quando o Sol forte já expulsava os foliões de suas quentes barracas. As ondas permitiam um jacaré, mas eram pequenas para o surf. A praia carecia de ambulantes vendendo bebidas, o que dificultava uma maior permanência na areia.

O Circolou era um espaço que recebia apresentações diversas e palestras. Palestras que eram diárias, sobre temas como astrologia e psicoativos. Participei de uma oficina de instrumentos, onde os coordenadores deixavam o público à vontade para pegar diversos (e estranhos) instrumentos sobre o chão e experimentar tocar, quase que aleatoriamente, acompanhado por uma percussão profissional. Um grupo de malabares fez um show de circo, envolvendo o público com humor. Apresentações diversas de malabares aconteciam também no meio das pistas, fossem contratados ou amadores treinando.

Sessões de ioga aconteciam acredito que diaramente, e uma tenda maia fazia rituais em torno de uma fogueira, ao sol nascente e poente. O movimento do abraço gratuito alegrou uma das tardes, e eu aceitei um carinho feminino. Extraordinariamente, vi um casamento acontecer na praia, com uma roda de amigos celebrando a união de um casal vestido à vontade com os pés na areia. Dia primeiro de janeiro, aconteceu a foto coletiva, com centenas de pessoas formando o símbolo da paz na praia, e depois houve a versão nudista da foto, com poucos integrantes.

Chamou-me a antenção a heterogeneidade do público. Frequantadores de academia usando Armani ou Dolce & Gabbana dividiam o espaço com hippies desleixados que não cortam o cabelo há 10 anos. Famílias com filhos de colo aproveitavam a tranquilidade da praia ao amanhecer, enquanto jovens "fritavam" em frente ao palco, quase sem dormir. O que havia em comum entre todas as tribos era a constante felicidade aparente.

Com todas essas coisas acontecendo, acho que eu passei mais tempo andando do que parado em um lugar específico. A música começou no dia 28 de dezembro, e logo após o reveillón eu não tinha mais energias para o tuntz tuntz, pois fiquei quase 18 horas de pé na pista durante a noite da virada. Por sorte, nos dias 2 e 3 achei uma roda de violão, que se transformou em um luau na praia, onde pude apresentar até algumas canções da "Macacos de Terno". A essa altura eu já havia desistido de dormir na barraca mal ventilada, comprei uma canga pra deitar na areia e dormia em qualquer lugar com sombra e vento.

Vale lembrar o desempenho da organização, que me afetou diretamente nas quase 4 horas de novela para a entrada no festival, entre filas e filas. A segurança também deixou a desejar com os comuns furtos de barracas. Fichas de valor foram falsificadas e entraram em circulação, quando acabei perdendo 2 reais de algum troco recebido. A limpeza frequente dos banheiros compensava um pouco sua precária estrutura e grande circulação. Os bares conseguiam atender toda a demanda praticamente sem fila, e a praça de alimentação dispunha de mesas à sombra para todos comerem sentados. A decoração das pistas era caprichada, inclusive com colaboração de equipes de Ibiza. O som era a altura do evento, e a escalação de DJs maravilhosa para quem gosta do estilo de música.

Na soma de tudo, a semana feliz valeu os sacrifícios, e penso em voltar no final do ano - desta vez sem barraca! Importante ressaltar que fui apenas com um casal de amigos, mas durante todo o festival tive a prazerosa companhia de mineiros(as) com quem dividi a excursão de ônibus.

Pensamento da hora:
"Paz e Amor."

Abs do Vaps

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Por que eu moro na Augusta (2)

Depois de um humilde post de minha autoria explicando porque eu moro na rua Augusta, indicaram-me essa publicação, que resume bem o cenário da noite na região:

Clique Aqui!

Muito informativo pra quem mora por aqui.

Pensamento da hora:
"Este pensamento tem sentido?"

Abs do Vaps

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Pqp! (4)

Não queria começar o ano reclamando da vida, mas dado o acontecido, não me resta opção:

Voltando da Bahia, cheguei em Belo Horizonte dia 5, perto do meio-dia, e pegaria o primeiro ônibus para São Paulo. Indo ao guichê da viação Cometa, o primeiro sairia às 14 horas (Pqp!), mas aceitei esperar duas horas na rodoviária.
Antes de o ônibus sair, uma mulher atrás já aponta uma goteira sobre ela. Começa a viagem, e passados 15 minutos, ainda em BH, a mulher sentada a minha frente começa a discutir com a mulher a sua frente, que iniciou o bate-boca:
- Você está me provocando, não pára de me chutar...não tá vendo que eu to com criança no colo?!
- Você que está com o banco batendo na minha perna, eu tô parada!
- Não tá vendo que o banco tá quebrado?
E as duas começaram a elevar o tom de voz, e o marido de trás entrou na briga:
- Baixa a voz! Não grita com minha mulher!
E o outro marido arbitrou:
- Deixa as mulher resolve sozinha. Não te mete senão apanha!
E a mulher da frente, mais nervosa, xingou o sotaque de mineiro do marido adversário, xingou o marido de graça, xingou a companhia porque o banco estava quebrado, etc...
Eu ainda me divertia com todo o debate, quase sem intorromper minha leitura filosófica, mas passageiros mais engajados começaram a entrar na conversa, sugerindo delegacia (Pqp!) e troca de ônibus (Pqp!) para resolver o banco quebrado e a goteira. Logo o motorista estacionou e subiu um policial (Pqp!). Em clima de paz ele aconselhou sorrindo:
- Calma, gente. Todo mundo quer chegar em paz...
Mas o marido nervoso foi começar a argumentar:
- Rapaz...
E o policial logo impôs sua autoridade:
-Rapaz não! Senhor!!! E fica quietinho, senão vai todo mundo pra delegacia!
A essa altura eu já temia perder muito tempo de viagem para as moças relsolverem sua situação.
Enfim, o casal de trás trocou de lugar, e o motorista resolveu ir à garagem trocar de ônibus (Pqp!), porque o povo já reclamava de tudo no carro velho: janela que não fecha, banheiro sujo, goteira, banco que não reclina...
Chegamos na garagem, procedemos a troca para outro ônibus, em condições parecidas. Não satisfeitos, depois de todos sentados, os passageiros pediram outro ônibus (Pqp!). Os problemas eram goteira e banco quebrado novamente. A esse ponto alguns já desistiram de viajar para pegar o horário da noite. A maioria que sobrou trocou novamente de ônibus, que apresentava os mesmo defeitos. Uma mulher ainda estava insatisfeita com o braço quebrado de sua poltrona (Pqp!), mas então o povo resolveu aceitar as condições e reclamar em São Paulo, na chegada, e aconselharam-na a trocar de lugar. A situação virara circo, e eis que passa uma mulher com o celular filmando os defeitos dizendo que colocaria no youtube e mandaria para o "Balanço Geral" da Record!
Finalmente, saímos - mais de 2 horas atrasados! Na saída de BH, engarrafamento devido a um acidente (Pqp!) - e mais uma hora parado!
Chegando em SP, todos haviam perdido seu metrô, e fomos reclamar na companhia. O gerente disse que veria a possibilidade de alocar 1 ônibus pra levar os 10 reclamantes (Pqp!). Havia gente até de São Bernardo no meio, então resolvi ir de táxi e não esperar. O meu plano era pegar a nota do táxi, a passagem do ônibus e tentar um reembolso via Procon. Mas claro que chegando em casa esqueci de pedir recibo ao taxista mal humorado e resolvi ficar feliz só por estar em casa às 2 da manhã.

Pensamento da hora:
"Viação Cometa não presta!"

Abs do Vaps

Deus e o Papagaio

Sem nada pra fazer às 4 da manhã, vou escrever um pouco de humor. Sem nenhuma piada pronta, vou inventar alguma coisa ao vivo:

O papagaio chegou no céu, encontrou com deus e disse:
- Me mataram, me mataram, me mataram...

Quem era o dono do papagaio?
a) Adolf Hitler
b) Kurt Cobain
c) Ulysses Guimarães
d) Papagaio era o nome de um homem mesmo

Pensamento da hora:
"E deus respondeu: Fui eu mesmo que mandei o dilúvio."

Abs do Vaps

De volta para o futuro

Caros leitores,

Acabo de voltar da viagem ao Universo Paralello: talvez mais magro, certamente mais velho, aparentemente bronzeado e infelizmente mais pobre!

Ao longo da semana o blog deve voltar ao seu ritmo normal.

Pensamento da hora:
"Aos monarcas: Feliz dia de reis!"

Abs do Vaps