domingo, 25 de janeiro de 2009

SPFW

Sim, eu fui ao São Paulo Fashion Week. Não vem ao caso explicar as circunstâncias que me fizeram parar lá na última sexta-feira (e a censura do blog não me permitiria), mas confesso que até quinta nem sabia que o evento estava acontecendo.
Quem me conhece pessoalmente sabe como sou desligado da moda, e talvez da estética como um todo. Vivo de chinelos de tamanhos diferentes, calção de jogar bola, calças furadas e camisetas de churrasco do tempo da faculdade - e de repente estava imerso em um culto à arte de se vestir. Não é necessário dizer que eu me sentia um peixe fora do sistema solar, ao transitar mulambo entre pessoas vestidas com roupas que eu só via na TV.
Passeando pelo local, pude conhecer um pouco do trabalho dos empregados da moda. Vi a correria das modelos sendo maquiadas e vestidas sem pudor (que fumavam um cigarro a cada intervalo), o perfeccionismo do produtor ao ensaiar o desfile, o exagero de elogios em qualquer conversa entre pessoas do ramo e a beleza indescritível das mulheres que servem de manequins nas passarelas. Não preciso dizer que me apaixonei platonicamente umas 53 vezes (uma das vezes por Fernanda Lima)!
Acompanhei o processo de algumas horas para fazer acontecer 7 minutos de desfile, que presenciei da segunda fileira. Após o desfile, ainda voltei aos bastidores e parabenizei as estilistas, conforme a etiqueta do segmento. Saindo do camarim, dei de frente com um exército de jornalistas, câmeras e fotógrafos aglomerados na porta, que provavelmente se decepcionaram quando eu apareci - já que esperavam por alguma modelo famosa.
Não tenho capacidade técnica para avaliar o desfile, mas posso dizer que estou bem de bermuda e chinelo sem marcas. Estar rodeado de pessoas arrumadas não me fez refletir sobre o meu modo de vestir; ao contrário, vi realmente que a moda é algo a que não dou muito valor. Saí do lugar com a sensação de que fora uma experiência única na minha vida, até porque não penso em voltar, e que valeu pelos brindes que recebi (2 pares de havaianas) e pela concentração de beleza feminina por metro quadrado.

Pensamento da hora:
"Não preciso de espelhos."

Abs do Vaps

domingo, 18 de janeiro de 2009

Bem amigos do Blog do Vaps

Falamos ao vivo da rua Augusta!

Você que está navegando na internet, procurando alguma coisa pra passar o tempo, encontrou. Mas nada mais do que isso: passar o tempo!
Se o meu agora não for o mesmo que o seu agora, você verá então uma reprise do que escrevi no meu agora. Quero aproveitar a oportunidade na mídia para pedir desculpas aos leitores pelo pequeno número de publicações.

Em meio à trasmissão, uma luz na Tv aberta:
"Não vou ficar explicando gosto... gosto tem que sentir, não dá pra explicar."

Os enólogos devem discordar, quando decompõem o gosto do vinho em aromas de baunilha, frutas vermelhas e coca-cola!

Voltando ao assunto, embora esteja em São Paulo, resolvi esticar minhas férias até o carnaval, mas sempre haverá publicações. E se alguém tiver um quarto barato pra alugar, me avisa!

Pensamento da hora:
"Blog do Vaps, a gente se vê por aí."

Abs do Vaps

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Morte e Lamentação

Outro dia estava gastando meu tempo na TV aberta, quando um desses noticiários sensacionalistas de fim de tarde reportava o assassinato de uma jovem por seu ex-namorado. Até aí, tudo "normal", já que este tipo de crime passa toda semana na televisão, mas fiquei incomodado quando começaram a lamentar a morte da moça. A equipe de reportagem foi ouvir a família, os amigos e os colegas de trabalho. E o discurso deles foi mais ou mesmos assim:

É uma pena... ela era alegre e bonita, gostava dos animais e ia fazer teste pra gerência, trabalhando com muito afinco.

Então pensei: se eu morresse, o que diriam?

Não é uma pena... ele era feio, não se importava muito com a natureza, estava sem trabalhar e gostava disso.

Supondo que alegre e bonita sejam elogios, trabalhodora também seria. Ou seja, ela era uma boa pessoa, por isso é uma pena que tenha morrido. Infelizmente, a lamentação da morte hoje é vinculada ao prejuízo econômico do acontecido. Argumento isso com a citação de sua possível promoção a gerência. A tragédia do assassinato é proporcional ao lucro cessante do morto!
O fato de mencionarem que a menina gostava de animais, ao lado de ser bonita, alegre e trabalhadora, mostra que essa também é hoje uma qualidade do cidadão politicamente correto. Ou é a opinião que a mídia quer mostrar.

É normal lamentarmos mais a morte de uma pessoa boa, mas hoje isso é ser útil economicamente - o que me incomoda.

Pensamento da hora:
"Morre mendigo em São Paulo e é enterrado como indigente."

Abs do Vaps

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Universo Paralello 2009

Este é o nome do festival no qual passei a virada do ano. Primeiramente, o nome faz jus ao evento. A música predominante é eletrônica, o que não me agrada muito, mas o conjunto da obra valeu a viagem a Pratigi na Bahia.

A nona edição do festival, que durou 7 dias, reuniu 9 mil pessoas em uma praia deserta (deserta o resto do ano!), grande parte acampada dentro do evento. A predominância da música eletrônica se dividia em 3 pistas, quase que 24 horas por dia! Um chill out para sentar ou dormir às vezes conseguia fugir do eletrônico e trazer bandas ao vivo. Uma pista de rock (pesado) também abriu discreta durante 2 dias.

Barracas de comida e lojas diversas formavam um grande corredor entre as pistas. Até temakis eram servidos entre a variedade de cozinhas, tudo a preços de shopping center, seja isso justo ou não. Entre as lojas diversas, muita roupa e acessórios. Chamava a atenção uma barraca de garotas suecas, Fuck for Forest, que viajam o mundo tirando fotos eróticas (eufemismo!) para vender na internet e aplicar o dinheiro em projetos ambientais. Parece que um show explícito das meninas chegou a acontecer num palco, mas eu não estava lá para ver. Outra barraca vendia plantas sagradas, inclusive mudas para plantio. Conheci também o pessoal do Coletivo Balance, grupo de voluntários que divulga informações sobre drogas em festas, visando a redução de danos no uso. O mesmo pessoal mantinha uma tenda com 2 pessoas, 24 horas por dia, para cuidar de pacientes com bad trip.

Muita coisa, além da música, aconteceu. Então vou me deter ao que pude ver e/ou participar.

Como eu não sou muito fã de música eletrônica, passava parte do dia procurando outras coisas para se fazer. A praia, por si só, é agradável em sua simplicidade. Coqueiros emolduravam os quilômetros de faixa de areia, nem larga, nem estreita. O mar era morno, com uma temperatura agradável já às 7 da manhã, quando o Sol forte já expulsava os foliões de suas quentes barracas. As ondas permitiam um jacaré, mas eram pequenas para o surf. A praia carecia de ambulantes vendendo bebidas, o que dificultava uma maior permanência na areia.

O Circolou era um espaço que recebia apresentações diversas e palestras. Palestras que eram diárias, sobre temas como astrologia e psicoativos. Participei de uma oficina de instrumentos, onde os coordenadores deixavam o público à vontade para pegar diversos (e estranhos) instrumentos sobre o chão e experimentar tocar, quase que aleatoriamente, acompanhado por uma percussão profissional. Um grupo de malabares fez um show de circo, envolvendo o público com humor. Apresentações diversas de malabares aconteciam também no meio das pistas, fossem contratados ou amadores treinando.

Sessões de ioga aconteciam acredito que diaramente, e uma tenda maia fazia rituais em torno de uma fogueira, ao sol nascente e poente. O movimento do abraço gratuito alegrou uma das tardes, e eu aceitei um carinho feminino. Extraordinariamente, vi um casamento acontecer na praia, com uma roda de amigos celebrando a união de um casal vestido à vontade com os pés na areia. Dia primeiro de janeiro, aconteceu a foto coletiva, com centenas de pessoas formando o símbolo da paz na praia, e depois houve a versão nudista da foto, com poucos integrantes.

Chamou-me a antenção a heterogeneidade do público. Frequantadores de academia usando Armani ou Dolce & Gabbana dividiam o espaço com hippies desleixados que não cortam o cabelo há 10 anos. Famílias com filhos de colo aproveitavam a tranquilidade da praia ao amanhecer, enquanto jovens "fritavam" em frente ao palco, quase sem dormir. O que havia em comum entre todas as tribos era a constante felicidade aparente.

Com todas essas coisas acontecendo, acho que eu passei mais tempo andando do que parado em um lugar específico. A música começou no dia 28 de dezembro, e logo após o reveillón eu não tinha mais energias para o tuntz tuntz, pois fiquei quase 18 horas de pé na pista durante a noite da virada. Por sorte, nos dias 2 e 3 achei uma roda de violão, que se transformou em um luau na praia, onde pude apresentar até algumas canções da "Macacos de Terno". A essa altura eu já havia desistido de dormir na barraca mal ventilada, comprei uma canga pra deitar na areia e dormia em qualquer lugar com sombra e vento.

Vale lembrar o desempenho da organização, que me afetou diretamente nas quase 4 horas de novela para a entrada no festival, entre filas e filas. A segurança também deixou a desejar com os comuns furtos de barracas. Fichas de valor foram falsificadas e entraram em circulação, quando acabei perdendo 2 reais de algum troco recebido. A limpeza frequente dos banheiros compensava um pouco sua precária estrutura e grande circulação. Os bares conseguiam atender toda a demanda praticamente sem fila, e a praça de alimentação dispunha de mesas à sombra para todos comerem sentados. A decoração das pistas era caprichada, inclusive com colaboração de equipes de Ibiza. O som era a altura do evento, e a escalação de DJs maravilhosa para quem gosta do estilo de música.

Na soma de tudo, a semana feliz valeu os sacrifícios, e penso em voltar no final do ano - desta vez sem barraca! Importante ressaltar que fui apenas com um casal de amigos, mas durante todo o festival tive a prazerosa companhia de mineiros(as) com quem dividi a excursão de ônibus.

Pensamento da hora:
"Paz e Amor."

Abs do Vaps

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Por que eu moro na Augusta (2)

Depois de um humilde post de minha autoria explicando porque eu moro na rua Augusta, indicaram-me essa publicação, que resume bem o cenário da noite na região:

Clique Aqui!

Muito informativo pra quem mora por aqui.

Pensamento da hora:
"Este pensamento tem sentido?"

Abs do Vaps

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Pqp! (4)

Não queria começar o ano reclamando da vida, mas dado o acontecido, não me resta opção:

Voltando da Bahia, cheguei em Belo Horizonte dia 5, perto do meio-dia, e pegaria o primeiro ônibus para São Paulo. Indo ao guichê da viação Cometa, o primeiro sairia às 14 horas (Pqp!), mas aceitei esperar duas horas na rodoviária.
Antes de o ônibus sair, uma mulher atrás já aponta uma goteira sobre ela. Começa a viagem, e passados 15 minutos, ainda em BH, a mulher sentada a minha frente começa a discutir com a mulher a sua frente, que iniciou o bate-boca:
- Você está me provocando, não pára de me chutar...não tá vendo que eu to com criança no colo?!
- Você que está com o banco batendo na minha perna, eu tô parada!
- Não tá vendo que o banco tá quebrado?
E as duas começaram a elevar o tom de voz, e o marido de trás entrou na briga:
- Baixa a voz! Não grita com minha mulher!
E o outro marido arbitrou:
- Deixa as mulher resolve sozinha. Não te mete senão apanha!
E a mulher da frente, mais nervosa, xingou o sotaque de mineiro do marido adversário, xingou o marido de graça, xingou a companhia porque o banco estava quebrado, etc...
Eu ainda me divertia com todo o debate, quase sem intorromper minha leitura filosófica, mas passageiros mais engajados começaram a entrar na conversa, sugerindo delegacia (Pqp!) e troca de ônibus (Pqp!) para resolver o banco quebrado e a goteira. Logo o motorista estacionou e subiu um policial (Pqp!). Em clima de paz ele aconselhou sorrindo:
- Calma, gente. Todo mundo quer chegar em paz...
Mas o marido nervoso foi começar a argumentar:
- Rapaz...
E o policial logo impôs sua autoridade:
-Rapaz não! Senhor!!! E fica quietinho, senão vai todo mundo pra delegacia!
A essa altura eu já temia perder muito tempo de viagem para as moças relsolverem sua situação.
Enfim, o casal de trás trocou de lugar, e o motorista resolveu ir à garagem trocar de ônibus (Pqp!), porque o povo já reclamava de tudo no carro velho: janela que não fecha, banheiro sujo, goteira, banco que não reclina...
Chegamos na garagem, procedemos a troca para outro ônibus, em condições parecidas. Não satisfeitos, depois de todos sentados, os passageiros pediram outro ônibus (Pqp!). Os problemas eram goteira e banco quebrado novamente. A esse ponto alguns já desistiram de viajar para pegar o horário da noite. A maioria que sobrou trocou novamente de ônibus, que apresentava os mesmo defeitos. Uma mulher ainda estava insatisfeita com o braço quebrado de sua poltrona (Pqp!), mas então o povo resolveu aceitar as condições e reclamar em São Paulo, na chegada, e aconselharam-na a trocar de lugar. A situação virara circo, e eis que passa uma mulher com o celular filmando os defeitos dizendo que colocaria no youtube e mandaria para o "Balanço Geral" da Record!
Finalmente, saímos - mais de 2 horas atrasados! Na saída de BH, engarrafamento devido a um acidente (Pqp!) - e mais uma hora parado!
Chegando em SP, todos haviam perdido seu metrô, e fomos reclamar na companhia. O gerente disse que veria a possibilidade de alocar 1 ônibus pra levar os 10 reclamantes (Pqp!). Havia gente até de São Bernardo no meio, então resolvi ir de táxi e não esperar. O meu plano era pegar a nota do táxi, a passagem do ônibus e tentar um reembolso via Procon. Mas claro que chegando em casa esqueci de pedir recibo ao taxista mal humorado e resolvi ficar feliz só por estar em casa às 2 da manhã.

Pensamento da hora:
"Viação Cometa não presta!"

Abs do Vaps

Deus e o Papagaio

Sem nada pra fazer às 4 da manhã, vou escrever um pouco de humor. Sem nenhuma piada pronta, vou inventar alguma coisa ao vivo:

O papagaio chegou no céu, encontrou com deus e disse:
- Me mataram, me mataram, me mataram...

Quem era o dono do papagaio?
a) Adolf Hitler
b) Kurt Cobain
c) Ulysses Guimarães
d) Papagaio era o nome de um homem mesmo

Pensamento da hora:
"E deus respondeu: Fui eu mesmo que mandei o dilúvio."

Abs do Vaps

De volta para o futuro

Caros leitores,

Acabo de voltar da viagem ao Universo Paralello: talvez mais magro, certamente mais velho, aparentemente bronzeado e infelizmente mais pobre!

Ao longo da semana o blog deve voltar ao seu ritmo normal.

Pensamento da hora:
"Aos monarcas: Feliz dia de reis!"

Abs do Vaps