domingo, 7 de dezembro de 2008

Eu, Eu mesmo e o Vaps

Sábado à noite, por volta das 22 horas, e eu sozinho em casa. Estava em um bar bebendo com amigos e resolvi ir visitar outro amigo que sediava uma pequena reunião regada a álcool. Dormi no metrô a caminho e, acordando, resolvi voltar pra casa. Nada me esperava aqui além do blog e da TV aberta, mas eu tinha a mim mesmo. É sábado, e eu adoro sair, como o fiz 20 dos últimos 30 dias, mas hoje resolvi curtir a minha pessoa! Não tenho nem uma cerveja na geladeira, mas tenho um cérebro e me considero uma pessoa interessante pra conversar sozinho. Como moro em cima da balada, talvez ainda mude de idéia...
Há pouco mais de um ano, resolvi que almoçar sozinho era mais interessante do que trocar idéias com as pessoas que estavam me convidando pra almoçar. Em minha mente, eu discutia sozinho idéias que só agora o blog divulga.
Certa semana, na comemoração do dia das mães, eu vi um economista em um shoppping dando dicas sobre economia doméstica. E um dos conselhos era passar o tempo pensando, porque era bom e de graça. Eu prontamente concordei. Passar o tempo pensando e concatenando idéias sozinho traz uma dialética racional onde encontramos nossa verdadeira opinião sobre as coisas. Discutir consigo mesmo garante o equilíbrio intelectual do debate. Eu posso até mudar de opinião durante a reflexão, mas sempre respeito uma proposição formada por mim! Várias assuntos só ganham uma posição nossa quando argumentamos contra outrém. Mas também podemos chegar a essas opiniões sozinhos!
Claro que faço questão da amizade de pessoas esclarecidas cujos assuntos me levam a pensar. Mas só por hoje, resolvi ficar sozinho em casa - e descobrir quão insuportável sou! Talvez eu saia daqui a 2 horas para interagir com outros indivíduos. Ou talvez eu simplesmente durma contente sabendo mais de mim mesmo e do que eu penso sobre o mundo.

Pensamento da hora:
"Eu me amo!"

Abs do Vaps

2 comentários:

Camila Alam disse...

nem o vaps aguenta o vaps!
hahaha

Anônimo disse...

Sugestão de tópico: Não-Eu, Não mesmo! Nem o Vaps.

Em algumas tradições orientais, emprega-se considerável energia em tentar ficar verdadeiramente sozinho, sem uma idéia de "Eu" ou ego. Eles vêem este último como uma abstração sofisticada mas artificial, que consome nosso tempo em demasia e dá origem a boa parte do sofrimento.

Apesar do conteúdo místico-abobrinhativo-religioso, não deixa de ser um conjunto de idéias curioso: as neurociências nos ensinam como o cérebro se comporta como um monte de subsistemas funcionando em paralelo de maneira razoavelmente independente.

Conseqüentemente, a mente é caracterizada por esse monte de impulsos caóticos, por vezes contraditórios, e só ganha uma direção clara quando montamos uma historinha gramaticalmente correta explicando quem somos para outra pessoa.

De fato, já ouvi falar de casos de lesões cerebrais em que o indivíduo perdeu a noção de ego e a capacidade de diálogo interno.

Ficar muito tempo sozinho poderia, portanto, levar a loucura pois acabaríamos por perder a capacidade de administrar esse ego-ficcional que é tão necessário para o convívio com outros. Loucura que, para alguns povos, parece estar bastante próxima da iluminação....